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O perigo da autoexaltação

Davi já estava velho, quando Adonias, seu filho, usurpou o trono e proclamou a si mesmo rei sobre Israel. Ele se exaltou e coroou a si mesmo como monarca...

O perigo da autoexaltação
O perigo da autoexaltação (Foto: Reprodução)

Davi já estava velho, quando Adonias, seu filho, usurpou o trono e proclamou a si mesmo rei sobre Israel. Ele se exaltou e coroou a si mesmo como monarca em lugar de seu pai. Sua atitude enseja-nos algumas lições:

Em primeiro lugar, cuidado com o reinado fora dos planos de Deus. Proclamar-se rei não faz de você rei. Exaltar a si mesmo não é honra. Seguir os ditames do coração e não a vontade de Deus é caminho escorregadio. Juntar-se a pessoas revoltosas não traz segurança. Foi isso que Adonias fez. Ele que jamais tinha sido contrariado por seu pai, pensa que ninguém pode contrariá-lo. Ele que nunca tinha sido repreendido, tornou-se um adulto mimado. Essa imaturidade emocional e espiritual pavimentou-lhe não o caminho do trono, mas o beco estreito da morte.

Em segundo lugar, cuidado com os aparatos da vaidade. Adonias providenciou carros, e cavaleiros e homens que corressem adiante dele. Os líderes que se autopromovem sempre cuidarão de sua imagem, mais do que de seu caráter. Sempre encontrarão lacaios que corram adiante deles, mas não seguidores de verdade. Esse mesmo método fracassado já tinha sido usado por Absalão, que tentou usurpar o trono do pai. Essa cerimônia de autocoroação não fez de Adonias rei, fê-lo sim, um conspirador. Não lhe garantiu a subida ao trono, mas o empurrou para o abismo do fracasso.

Em terceiro lugar, cuidado com a confiança em sua aparência. Adonias era um jovem de aparência mui formosa. Sua aparição pública agradava os olhos dos súditos. Era um moço cobiçado pela beleza. Sua performance física parecia indicar-lhe ao trono. Além disso, na linhagem de sucessão, com a morte de Absalão, era o filho mais velho, o natural herdeiro do trono. Nada disso, porém, poderia suplantar o fato de que o próprio Deus já havia se pronunciado a respeito, dizendo que o trono de Davi seria ocupado por Salomão.

Em quarto lugar, cuidado com seus aliados. Adonias convidou Joabe, o líder militar e Abiatar, o líder religioso, para o ajudarem no seu projeto de poder. Esse gesto soou, certamente, como um ato conspiratório, uma virada de mesa, uma aberta rebeldia à expressa vontade de Davi. Homens que trabalhavam com Davi e serviam à nação, estão fazendo aliança com o autoproclamado rei, à revelia da vontade de Davi e na contramão da vontade de Deus. Propositadamente, Adonias não convidou para sua festa de posse Zadoque, o sacerdote; nem Natã, o profeta; nem Salomão, o sucessor do trono de Davi, tampouco os valentes de Davi.

Em quinto lugar, cuidado com sua aparente religiosidade. Adonias fez uma cerimônia religiosa em sua posse. Ele imolou ovelhas, e bois, e animais cevados, e convidou todos os seus irmãos, os filhos do rei, e todos os homens de Judá, servos do rei. Tudo foi feito exuberantemente, com muita pompa, com uma forte aura espiritual. Porém, Adonias não era um homem espiritual. Ele estava se servindo da religião para se promover. Ele queria, à semelhança de Absalão, furtar o coração do povo para governá-lo. Seu plano conspiratório, porém, não prevaleceu. Davi manteve sua decisão de constituir Salomão seu sucessor. A nação reconheceu Salomão como o ungido de Deus para governar e Adonias acabou só e desamparado. Mais tarde, quebrou as regras estabelecidas por Salomão e este mandou matá-lo.

A Palavra de Deus é categórica em afirmar que Deus resiste aos soberbos. O fim deles é a ruína. Não se exalte, humilhe-se sob a poderosa de Deus!

Hernandes Dias Lopes é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame

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